No mundo moderno, as práticas de reciclar tornaram-se comuns em alguns países como uma tentativa de mitigar o impacto ambiental resultante da produção e consumo desenfreados.
Mas a triste noticia é que de acordo com relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU), a produção global de plástico atingiu cerca de 359 milhões de toneladas em 2018, sendo que apenas 20% de facto reciclado. O restante acaba em aterros sanitários, incineradores ou, pior ainda, nos oceanos, contribuindo para a crise da poluição marinha. Isso evidencia que “o facto que já não basta apenas reciclar.
E os materiais que não se podem reciclar?
Há um desafio maior, a existências de imensos materiais/objectos de uso efémero que simplesmente não podem ser reciclados de forma eficaz por incluírem multicamadas, como é exemplo as lonas publicitárias.
Estes materiais representam uma ameaça significativa para o meio ambiente, pois permanecem no ecossistema por centenas, se não milhares de anos, sem degradar-se, para além de todo o impacto que tem na vida animal. Além do desperdício óbvio de materiais, há também o desperdício de recursos naturais e energéticos associados à produção desses materiais.
Nos processos de produção, há uma quantidade considerável de energia e água consumida, contribuindo para as emissões de gases de efeito estufa e a redução por vezes drástica dos recursos naturais. Neste contexto, torna-se claro que já não basta apenas reciclar.
Criatividade como Ferramenta
Diante dos desafios que enfrentamos na gestão dos resíduos e na promoção da sustentabilidade, é inegável que a criatividade desempenha um papel fundamental. Na vanguarda desta batalha ambiental, empresas e designers estão a abraçar novas abordagens para reutilizar materiais de difícil reciclagem, transformando-os em produtos inovadores.
Num mundo onde a consciência ambiental está em ascensão, a demanda por produtos sustentáveis está a aumentar.
As empresas estão a reconhecer a importância de integrar práticas de design sustentável em suas operações, não apenas como uma resposta às crescentes preocupações ambientais, mas também como uma oportunidade de diferenciação no mercado.
Reutilizar materiais que são considerados resíduos ou mesmo desperdício, empresas podem não só reduzir o impacto ambiental como também estimular a economia circular, onde os recursos são utilizados de forma eficiente.
A ReCreate dá uso a lonas publicitárias descartadas para criar uma variedade de produtos, desde sacos a carteiras e até acessórios para casa. Transformar materiais que de outra forma acabariam em aterros sanitários, a ReCreate não só oferece produtos únicos e de alta qualidade, mas também promove uma mensagem poderosa de sustentabilidade e responsabilidade ambiental.
Mas a criatividade não se limita apenas às empresas. Designers independentes e artistas estão a encontrar maneiras únicas de transformar materiais descartados em obras de arte e peças de design exclusivas. Esta tendência está a ganhar força à medida que mais pessoas reconhecem o potencial dos materiais “desperdiçados” e abraçam a filosofia do upcycling – a prática de transformar resíduos em produtos de maior valor.
Em última análise, a criatividade está a desempenhar um papel crucial na transformação da nossa abordagem à gestão de resíduos e à sustentabilidade.
Enfrentar os desafios ambientais do século XXI aliando a inovação e a criatividade é um passo para a construção de um futuro mais verde e sustentável para todos.
2 thoughts on “Já não basta apenas reciclar”
Verdades difíceis são obrigatórias. O green-washing é também um assunto a abordar publicamente! Go girl! ❤️
assuntos importantes nos quais é preciso agir